– Pra onde a gente tá indo?
Bom, eu não saberia responder. Afinal de contas quem tinha organizado tudo não estava lá e um bilhete precário com apenas um endereço não ajudava.
– Não se preocupa que eu tenho o endereço.
Você já mentiu pra alguém de modo que você, na verdade, mentia para si mesmo? Eu fiz isso, porque eu estava preocupado e essa frase me acalmaria também. Essa nem era a pergunta que ela me fez. Você faz isso? Responder uma pergunta que não foi feita? Eu faço isso e chamo de divergir. Se não tem limite, diverge, é simples.
– Ontem eu bebi um drink ruim demais.
Ela tentava construir uma conversa que eu não queria participar. Eu até perguntaria o porquê do drink estar ruim, mas isso eu já sabia. Você já perguntou algo que já sabia a resposta? Eu faço isso para romper o silêncio e chamo de solução. Se é solúvel, dissolve-se, é uma solução.
Chegamos no destino.